24.12.05 

o meu Tempo 14: o meu Tempo

o meu Tempo passa devagar
é feito do Outro
existe
é feito do texto
de verbos que se conjugam

(qualquer coisa está a acontecer)

até já.

20.12.05 

Qualquer coisa 6: Cidadania Activa!

Cidadania: qualidade, direito de cidadão.
Cidadão: habitante da cidade; habitante de um estado livre, com direitos civis e políticos.
Actividade: qualidade de activo; diligência; prontidão; exercício da faculdade de operar.
Activo: que actua; laborioso; diligente; expedito; enérgico; vivo.


É tempo de Fazer! De estar vivo! De ser um verdadeiro habitante!

Não nos podemos calar face à injustiça. Não nos podemos resignar ou assumir uma atitude passiva.

Não podemos esperar que alguém faça por nós.

É tempo dos cidadãos assumirem a responsabilidade de mudar as coisas.

Os partidos não estão interessados: o florescimento dos movimentos cívicos seria o fim dos partidos com o formato que hoje conhecemos. É por isso que nunca ouvimos os partidos, todos – mesmo os que reclamam para si essa vocação social, tomar acção, acção para apoiar as inúmeras associações de cidadãos sérios, que se preocupam com a situação do nosso mundo.

As grandes religiões não estão interessadas: não aceito conselhos de quem, depois de fazer um voto de pobreza, se coloca num trono para ditar regras de bom comportamento ao mundo, para pedir paz, “tolerância” e “caridade”. A Igreja Católica Apostólica Romana possui riqueza suficiente para alimentar o mundo, todo o mundo, sem que houvesse necessidade de trabalhar, durante três anos e escolhe conscientemente não o fazer. A mesma postura, ainda que o escândalo seja menor, é adoptada por todas as grandes religiões.

Estou farto daqueles que se sentam em cafés para reclamar sobre tudo, sobre todos. Reclamam para o ar. As reclamações, os protestos, devem ser dirigidas a quem tem de as ouvir, devem ser feitos no sítio certo, de outro modo estaremos a dar golpes no ar! Os livros de reclamações existem para serem usados. Se continuarmos de braços cruzados a achar que não vale a pena, então nunca valerá a pena, nunca conseguiremos melhorar nada.
Reclamem contra quem não trabalha. Aplaudam quem o faz. Ajudem quem o faz.

Existem dezenas de instituições que precisam do apoio de todos – o nosso apoio. O apoio que, sendo de todos, fará a diferença.

(em seguida alguns endereços de instituições)
http://www.amnesty.org
http://www.amnistia-internacional.pt/index.php
http://www.concordeurope.org
http://www.controlarms.org/index.htm
http://www.eurostep.org/detail_page.phtml?page=index
http://www.fundacaodogil.pt
http://www.whiteband.org/national/prt/Country
http://hrw.org
http://www.makepovertyhistory.org
http://www.maketradefair.com
http://www.oikos.pt
http://www.plataformaongd.pt
http://www.pobrezazero.org
http://www.oxfam.org/en

É tempo de combinar esforços. Todos podemos contribuir para um mundo diferente – melhor. Cada gesto, por mais pequeno que pareça, conta!
Uma voz sozinha não faz a diferença, mas, muitas vozes juntas podem começar a fazer.
É tempo de gritar!



Lisboa – Portugal – Europa – Terra,
20.12.2005
M. Tiago Paixão

19.12.05 

o meu Tempo 13: dizer a sombra





palavra
a palavra dita
a palavra mal-dita
a palavra maldita
a palavra mal dita?
mal

17.12.05 

Outro texto 12: Lisboa (4)

sem rosto só silhueta de desejo a cidade estava
perdida de esquinas perdida onde
nus sóbrios se apressavam a incendiar a poeira sobrevivente que
naquele tempo se mergulhava em lucidez e ardor da carne mutilada pelo desespero
pelo amor

o sexo gritando ardor na noite o mar engole as ruas de Lisboa
o sexo o mar limpando a cinza dos fantasmas escondidos em cada
suspiro matinal do amanhecer ruidoso que a cidade transporta em cada corpo
esquecido pelo caos pela queda o sexo o mar a vertigem constrói abismos em ti

a agonia do inverno causa frio e a chuva que caí sobre o vento a chuva que caí corta-
te os olhos adormecidos do cansaço que cada vez mais vazio entranha-te na pele e é
fustigado pela tristeza pela cidade. repara:

a morte ergue-se deslumbrante no fim

- de Rui Alberto Costa; tranformado por hugo milhanas machado

 

Outro texto 11: Lisboa (3)

sem rosto,
só silhueta de desejo
da cidade perdida de esquinas
nus sóbrios apressados
incêndio de poeira sobrevivente
que naquele tempo se mergulhava
na lucidez do ardor da carne mutilada
pelo desespero pelo
sexo,
gritando ardor na noite
do mar das ruas de Lisboa
da cinza limpa de fantasmas
escondidos em cada suspiro matinal
do amanhecer ruidoso que a cidade da
vertigem,
constrói abismos em ti
o vento corta-te os olhos adormecidos
pela tristeza pela cidade
pelo caos pela queda na
morte,
ergue-se deslumbrante

no fim

- de Rui Alberto Costa; tranformado por M. Tiago Paixão

16.12.05 

Outro texto 10: Lisboa (2)

sem rosto,
só silhueta
de desejo

a cidade aguda das esquinas
onde nus e inteiros se apressavam
a incendiar poeira ou palavras
porque naquele instante ainda
jovem o ardor da carne ostentada
pelo desespero pelo amor

o sexo,
gritando ardor
na noite

o mar engole as tuas ruas
lava do rosto a cinza dos fantasmas
cavados em cada suspiro
no amanhecer ruidoso que a cidade
transporta - cada corpo esquecido
pelo caos pela queda

a vertigem,
constrói abismos
em ti

a dor do inverno sugere-te
frio e a chuva que caí sobre
o vento corta-te os olhos já rasos
do cansaço cada vez mais vazio
entranha-se na pele e é fustigado
pela tristeza pela cidade

a morte,
ergue-se deslumbrante
no fim

- de Rui Alberto Costa; tranformado por Elisabete Marques

15.12.05 

Outro texto 9: Lisboa

sem rosto,
só silhueta
de desejo

a cidade estava perdida de esquinas
onde nus sóbrios se apressavam
a incendiar a poeira sobrevivente
que naquele tempo se mergulhava em
lucidez e ardor da carne mutilada
pelo desespero pelo amor

o sexo,
gritando ardor
na noite

o mar engole as ruas de Lisboa
limpando a cinza dos fantasmas
escondidos em cada suspiro matinal
do amanhecer ruidoso que a cidade
transporta em cada corpo esquecido
pelo caos pela queda

a vertigem,
constrói abismos
em ti

a agonia do inverno causa
frio e a chuva que caí sobre
o vento corta-te os olhos adormecidos
do cansaço que cada vez mais vazio
entranha-te na pele e é fustigado
pela tristeza pela cidade

a morte,
ergue-se deslumbrante
no fim

- de Rui Alberto Costa

14.12.05 

o meu Tempo 12: Perfeitamente Justificado


(a história faz-se de gestos e a tua é um toque leve
a tua mão, o meu corpo)

tudo o resto não se sabe

13.12.05 

Qualquer coisa 5: !




aos mais de 200 que já visitaram por mais de 1000 vezes este espaço:
OBRIGADO!
este espaço é vosso.

12.12.05 

Qualquer coisa 4: ...foto...

11.12.05 

Qualquer coisa 3: "Two Step"

Say, my love, I came to you with best intentions
You laid down and gave to me just what I'm seeking
Love, you drive me to distraction

Hey my love do you believe that we might last a thousand years
Or more if not for this,
Our flesh and blood
It ties you and me right up
Tie me down

Celebrate we will
Because life is short but sweet for certain hey
We climb on two by two
To be sure these days continue
Things we cannot change

Hey, my love, you came to me like wine comes to this mouth
Grown tired of water all the time
You quench my heart and, you quench my mind

Celebrate we will
'Cause life is short but
Sweet for certain
We climb on two by two
To be sure these days continue
Things we cannot
Celebrate you and me
Climb two by two, to be sure
These days continue
Things we cannot change

Oh, my love I came to you
With best intentions
You laid down and gave to me
Just what I'm seeking

Celebrate we will
'Cause life is short
But sweet for certain hey
We climb two by two
To be sure these days continue
Things we cannot change...
Things we cannot change.







- Dave Matthews (1996)



Dave Matthews Band - brevemente em www.scivideo.blogspot.com

10.12.05 

o meu Tempo 11: Mãos Atadas

Agora, tão longe,
E a tua mão, às vezes no meu cabelo
outras na minha mão,
desprendeu-se de mim
Vida – desprendida de mim

8.12.05 

o meu Tempo 10: marcas no outono do teu Corpo

A primeira gota toca o chão
o cheiro húmido sobe no ar
a vida escorre das veias para o pó
no fim.

A primeira chuva de Outono
é a morte que traz consigo vida
e as folhas no chão que pisas
são o coração que partes
para mais tarde recordar
re-matar; re-acordar

A vida ressuscitada em suspiros
de calor
do sangue quente
da terra

6.12.05 

Outro texto 8: (poema para gogo no-eiko de yukio mishima)

eu podia ter sido um homem que partiu para sempre
eu podia a negrura do alto mar eu podia
o silêncio em todos os silêncios e em todas as noites
longe do teu país longe do perfume de teu corpo
do ciciar ameno de teus lábios longe de tua língua
como um navio como um mar
eu podia ter sido um homem que partiu para sempre
e canto canto eu também choro, rapazes, ao dizer adeus,
adeus,

e vir aqui morrer da tua morte
beber como a um beijo da tua boca a impossível
distância o impossível abandono do mar porque
da pele e do sangue de um homem é impraticável
o regresso

porque nunca se chega sequer a fugir e a glória nocturna parte com os pássaros
eu podia ter sido um homem que partiu para sempre

- em poema em forma de nuvem (2005), de hugo milhanas machado

5.12.05 

o meu Tempo 9: Alguns segundos de café

o olhar cheio como o café que pedes
bebes
inclinas-te sobre a mesa
sob os olhos atentos atrás de ti

ao fundo: um grito
loucamente lúcido

de um gesto só levantas-te
ele sai
aquele fica
(eu) olho pelo espelho

4.12.05 

o meu Tempo 8: para um Sonho Final

só uma luz incide em ti
quando falas

os dados estão lançados
e três fios de metal
incomodam-me o papel que leio
turvam-me a visão nocturna

90º de luz sobre o silêncio
a tua voz, carta…

talvez um dia ou um segundo
me abraces outra vez

e respondo:

quero esse beijo para sempre
para sempre
e colar outro em ti
na tua alma vidro cristal

só uma luz no vazio
quando falas
e assinas
ao longe na tua ausência

m.

2.12.05 

Outro texto 7: naquela rocha acontece a primeira tarde em que dispusemos...

naquela rocha acontece a primeira tarde em que dispusemos
sobre a página o sonho de um país que fosse o país de
uma habitação inequivocamente animal chovia nessa tarde
em um café talvez na avenida de berna ou no
campo pequeno e eu reafirmava-te a minha inquebrável
paixão pela chuva e como ela me seduzia e seduz
no fundo e porque tão íntima se afigura com os anos a
distância entre o reduto último de um corpo e a palavra que o diz
o que desejávamos e ainda evocamos não é senão o mar
e a sua hipótese réptil

e aqui vim tanto tempo depois vê-lo mais uma vez
morrer

- em poema em forma de nuvem (2005), de hugo milhanas machado

 

Outro texto 6: Mãos Dadas

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considere a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi suspiros ao anoitecer, a paisagem vista na janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.

- em Antologia poética (1962), de Carlos Drummond de Andrade

1.12.05 

o meu Tempo 7: poema para a Tua Morte

prova-me
mata-me com os teus dentes
enrola-me na tua língua
e faz-me descer até ao teu estômago
ácido-quente

leva-me no teu sangue pelo teu corpo
doente

morrerei contigo
e sentirei frio contigo
quando no escuro da morte
formos um só
quando formos ossos
e depois pó
nada

M. Tiago Paixão


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