24.11.06 

(breve ressurreição)

callema

Cooperativa Literária - 7 de Julho 2006, Cafetaria Continental, Lisboa.
membros fundadores: Rui Alberto, Hugo Milhanas Machado, M. Tiago Paixão, Nuno Silva e Ilídio J.B. Vasco.


programa:
devolver a literatura à voz, à mão, ao bolso, ao debate, à rua. resgatá-la da dependência cristalizada, do sono a que foi conduzida: uma literatura muda, uma literatura que não é Hoje. e esse Hoje é Hoje, está aqui.

projecto:
promover uma actividade (atitude) editorial independente, alternativa - não se leia aqui a recusa a um mercado central, social e culturalmente instalado, lugar privilegiado para a promoção desse mesmo debate -, a exposição literária na via pública, o encontro do Leitor com o texto, com a Obra: perfomances, conversas, exposições, diálogo, diálogo com as outras artes.

actividade, vigilância, disponibilidade.

estabelecimento de plataformas de colaboração com outros colectivos culturais: Respigarte, Sombra do Amor Edições.

a revista Callema, semestral, vozeamento imediato da Cooperativa Literária.

a literatura, um compromisso.
Cooperativa Literária

Calema: Fenómeno natural da costa ocidental africana, caracterizado por grandes vagas de mar. A ondulação forma-se no alto-mar e a ressaca origina correntes muito fortes que, dirigindo-se para a costa, rebentam estrondosamente, provocando grandes estragos.
(Depois apeteceu-nos dobrar o l, para ver se causavamos mais estragos).

- do Editorial.

Já está disponível o número 01 de Callema – Publicação Semestral da Cooperativa Literária, com o título: Sob o Signo do Desejo.

“Sobre a nossa maneira de trabalhar digo apenas que somos curiosos profissionais. Não temos nem procuramos dar respostas. Esse é outro dos trabalhos do leitor.”
– do Editorial.

A revista encontra-se dividida em sete secções: Ensaio (texto dramático), Humpty-Dumpty (reportagem), Lugar da Mancha (prosa), Post Scriptum (ensaio), Syllepsis (poesia), Câmara (crítica) e Satyr (texto humorístico).

Dirigida por M. Tiago Paixão e contando com o trabalho editorial de Ilídio J. B. Vasco, Rui Alberto e Hugo Milhanas Machado, Callema publica, e publicará, apenas nas suas páginas trabalhos inéditos no nosso país. Deste número destacaremos aqui os seguintes temas: Camões transformado e re-montado: o caso de Herberto Hélder, por Rui Torres, Doutor em Literatura Portuguesa e Brasileira pela University of North Carolina at Chapel Hill, E.U.A.; Notas para uma aproximação à escultura de Ângelo de Sousa, por Emília Pinto de Almeida; Highway to Heaven, conjunto de poemas inéditos, pela nossa convidada especial – Yolanda Castaño.

Sobre Yolanda Castaño, algumas palavras de Hugo Milhanas Machado, responsável pela “reportagem”:

“da literatura à música, da pintura à televisão, do enérgico contributo para a promoção da língua e do património literário galegos à difusão da novíssima literatura junto de públicos mais jovens – aqui fica, somente, isso mesmo: a sua menção e um não inocente convite ao elevar das pálpebras – como por certo teria dito a jovem Yolanda em meados de noventa, no prólogo da sua aventura, do seu cantar sob o signo do desejo.”



A Callema não tem partido político nem religião, não tem patrocinadores ou apoios institucionais, mas não nos sentimos sós – dividimos este projecto convosco. Não queremos com isto dizer que somos independentes, porque dependemos de alguns vícios... enfim, coisas próprias da condição humana... a cada um a sua história...
– do Editorial.


encomendar exemplar
LX Jovem fez a cobertura do lançamento. Ver reportagem aqui


20.11.06 


Ilídio J.B. Vasco - Hugo Milhanas Machado - Rui Alberto - Nuno Silva - M. Tiago Paixão

19.11.06 

a mão que escreve talvez não faça mais do que construir,
palavra sobre palavra, a casa de um homem, a sua história
José Agostinho Baptista


Amanha será publicado o último post neste blog.
Já passou um ano desde o primeiro post... e foram 145 até este.
Muitos passaram por aqui nas mais de 18200 visitas no total, uma média aproximada de 1500 por mês...

A todos muito obrigado!
M. Tiago Paixão

18.11.06 


Tem lugar na próxima terça-feira, dia 21 de Novembro, pelas 16 horas, no Auditório I da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - U.N.L., a apresentação do primeiro número da revista literária Callema, publicação semestral da responsabilidade da Cooperativa Literária. Na sessão estará presente a Professora Doutora Maria do Rosário Monteiro. Callema dedica esta sua primeira capa a Yolanda Castaño, nome cimeiro da mais recente poesia galega.

Cooperativa Literária

 

II Encontro Para-Poesia

mostra das novíssimas poesias portuguesas
Rui Alberto
Évora, 1984
Catarina Nunes de Almeida
Lisboa, 1982
Hugo Milhanas Machado
Lisboa, 1984
Elisabete Marques
Paris, 1982
M. Tiago Paixão
Lisboa, 1982
César Parreira
Lisboa, 1984
Maria Rocha
Lisboa, 1986


20 – 24 Noviembre
Cafetería Caballerizas

Facultad de Filología – Hospedería de Anaya
Universidad de Salamanca

17.11.06 

uma Qualquer apresentação (republish)

O Momento vai passar…
Sentei-me para o ver melhor


Ainda o tempo. Um homem escreve e é o vértice máximo na geometria das constelações, simbiose de correspondências nervosas – organismo de tecidos híbridos: uma corola contorcida no revolver da água. Um avanço, um recuo. O abandono à espiral multicolor em que se espera por um barco de papel, desejo de silêncio, baptismo de aromas e seios de água: o prazer da combustão. E daqui não se pode fugir: sempre exististe como sempre vais existir. Como o ondular cintilante do lago ao beijo da pedra.

M. TIAGO PAIXÃO nasce em Lisboa no ano de 1982 e estuda actualmente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Não calça luvas.

Hugo Milhanas Machado
(posfácio a Sentimentos Sobrepostos, 2005)

16.11.06 

o meu Tempo 43: L de Pecado (republish)

Fotografei o teu rosto e persigo o teu cheiro por entre essas vidas que passam
Piso o chão de pedra que construiste para nós
E na tentativa forçada de te escrever estas palavras pinto as mãos com a tinta da caneta
Esperas-me agora numa qualquer esquina em Lisboa

há uma reposta que quer o teu sabor
que o conhece de outras vidas
que o reconhece
numa cidade inventada por nós e por alguém e por uma fotografia incandescente que invade a memória
que não é memória porque é um relatório presente
que se escreve a todo o instante e se inscreve em mim ou em ti

Queimas-me o coração e invades-me o espaço que só a mim me pertence
Encontro-te o olhar
nessa esquina que nos pertence
Acendes um cigarro e no meio do fumo que se enche no teu peito cansado
procuras um instante, um momento, um conforto
Digo-te: "não me procures mais..."

olho para o lado para um homem que passa que sorri que se aproxima
toca no meu ombro e diz que não devo preocupar-me que aquela afirmação não o é de facto que escutava a conversa por acaso que não me preocupe
agradeço dou-lhe um cigarro e procuro-te de novo
olho-te
olho-te de novo
entendo todos os teus pensamentos e sinto um aperto que não consigo localizar
prefiro assim

Ofereceste-me um sorriso e por entre esse sorriso vejo-te a alma
Tiro-te o poder e dou-te o silêncio
Estendes-me a mão e tocas-me no rosto
Baixo os olhos não permitindo a tua entrada
E mais uma vez, nesse momento em que o sino da igreja toca ao fundo, quebras a minha frieza e ergues o meu olhar

devagar como sempre deve ser
toco o teu rosto
tremo um pouco ao passar nos nos teus lábios
consigo um sorriso
e digo-te ao ouvido que não deves preocupar-te
não agora
fecha os olhos

Sequei os lábios ao ver-te tremer
Apertei o coraçao ao senti-lo disparar com a força com que me tocavas
Sussuras-me palavras silenciosas, por entre os gritos que me atormentam
Fecho os olhos e sinto-te vigiar-me

sinto-te
sinto-te de novo
ouço tudo o que está dentro de ti
pego na tua mão
abro-a
beijo-te
espero que abras os olhos em silêncio

Não abri o meu olhar enquanto me tocavas
Fiz de conta que não entendia
Trouxeste de volta esse cheiro a pecado
Queria dizer-te mais uma vez: "Não te quero..."
E porquê esse tão angustiado desejo?
Virei-te as costas na esperança que me deixasses fugir
Agarras-me o braço
Abres-me os olhos
E contemplas o teu mundo através de um simples corpo

Agora, escrevo-te em verso e mancho estas páginas enquanto ainda me esperas naquela esquina onde o tempo parou.


Sara Alves Almeida com M. Tiago Paixão

14.11.06 

o meu Tempo 42: quarto sem ar

a pétala adormecida de cinza no chão de um quarto
mal-me-quer onde nunca nos tocámos
nunca nos tocamos
pensá-la agora é um mergulho
cai no não-passado acontecido
é o peso da morte arrancada em flor
a minha vontade por dizer
a consciência da perda silênciosa
o silêncio confortável
reconfortante cor de cinza
é a boca de uma gata que não se dá
caíu numa espera irrespirável

12.11.06 

Outro texto 47: Soneto do amor difícil

A praia abandonada recomeça
logo que o mar se vai, a desejá-lo:
é como o nosso amor, somente embalo
enquanto não é mais que uma promessa...

Mas se na praia a onda se espedaça,
há logo nostalgia duma flor
que ali devia estar para compor
a vaga em seu rumor de fim de raça.

Bruscos e doloridos, refulgimos
no silêncio de morte que nos tolhe,
como entre o mar e a praia um longo molhe
de súbito surgido à flor dos limos.

E deste amor difícil só nasceu
desencanto na curva do teu céu.

David Mourão-Ferreira

3.11.06 

Qualquer coisa 47: Winter in the Hamptons



Here we go
Singin' our songs with our soul
Winter has gone
Where do we belong
We have stayed too long

Friday night
So uptight we get stoned
Sit in the Hamptons
It is too cold
We have stayed too long

Spring is finally here
And we're so well dressed
It's a talent and it's our style
So put on your hat
Because the forecast is rain clouds

Never know
American scene's such a bore
Embarassing
Still, we are hangin' on
We have stayed too long

And we'll fly
Take a gypsy to Eurosize
Our money is gone
Where do we belong
We have stayed too long

Sick of livin' here
It's such a mess
'Cause the government they're all liars
So put on your hat
Because the forecast is rain clouds

Josh Rouse

M. Tiago Paixão


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